Juntas Adoração Teologia e Vida

A ANGÚSTIA DO PÚLPITO

09/04/2010 19:21

“Prega a palavra em todo tempo e fora de tempo”. Este foi o desafio do velho pregador que aguardava a partida desta vida. Desafio que acompanhou a história da pregação e que centralizou o trabalho de muitos ministros da Palavra. Além de pregar, mantinham no seu lastro as marcas do cristianismo que nasceu em Jerusalém. Carregavam a responsabilidade do pregador nas diversas circunstâncias de vida. Nada era mais importante que comunicar a Palavra de Deus: era o centro de suas vidas. Eram comunicadores da Palavra Bíblica. Sentiam a angústia do pregador diante da responsabilidade de pregar o evangelho da graça; o qual era descoberto nas páginas bíblicas e comunicado a uma platéia que desejava saber se havia uma palavra do Senhor para aquele momento.

A construção da teologia cristã teve seu início pela Palavra pregada. Mais tarde estes pensamentos foram preservados através da escrita. Primeiro com grandes dificuldades, posteriormente com a invenção da imprensa o trabalho da preservação ficou facilitado. Graças a esta invenção pode-se aprender com estes anunciadores do evangelho, como vencer o desafio do velho pregador nas palavras endereçadas ao seu jovem discípulo, registradas nas epístolas pastorais que já foram supracitadas.

Este é o desafio de todo pregador. Todos aqueles que assumem o púlpito devem  não somente entender o desafio,  mas desenvolverem-se para vencê-lo. Não é aceitável ferir a história da teologia, da pregação, que foi fonte de altos temas de discussão nas academias e na vida do povo. Não se pode macular esta história com pregadores que não conheçam com profundidade as Escrituras, sua história, sua mensagem e o seu valor. Na atualidade as Escrituras foram valorizadas pelo comércio, mas são desvalorizadas por aqueles que dizem anunciar a sua mensagem. As Escrituras perderam o fascínio do sagrado para o anunciador de boas novas. Muitos entenderam que um curso superior na área, faria deles um pregador com condições ad eternum para expor a mensagem e ainda qualificá-la como bíblica. O curso não qualifica é tão somente um ponto de início para essa qualificação.

Hoje, precisam-se de pregadores que se exponham à critica de ter gastado tempo no desafio de entender o texto para melhor comunicá-lo. Comunicar é a palavra contemporânea que substitui o pregar. Comunicar não é somente manter o auditório acordado. O desafio do comunica-dor da Palavra, é mostrar que a mensagem que ele transmite é fruto do esforço e “da dor” que trouxe a pesquisa exaustiva e que o qualifica para assumir a plataforma ou um púlpito duma igreja.  Quando isso não acontece, o púlpito agoniza. E este esforço não depende do tamanho ou do tipo de auditório.  O desafio do comunicador da Palavra é responder as questões da vida, mas para isso ele precisa ter o profundo o conhecimento da palavra da vida, do criador da vida e da vida.

Qualquer um pode ser comunicador. Qualquer pessoa pode manter um auditório acordado, animado. Mas poucos são aqueles que conseguem ser comunicadores da Palavra.

Personificando, deduz-se que o púlpito está vivendo a sua angústia. Angústia de solidão. Angústia da velha Palavra, embora em novas roupagens, mas sendo a Palavra. Angústia, pois colocaram ali um comunicador, esquecendo-se, porém, do conteúdo. Sim, angústia por um comunica-dor da mensagem da Palavra de Deus, que foi gestada na dor da construção do estudo e exposta na dor do parto da comunicação.

Assim, o comunicador ou pregador da Palavra ao cumprir a sua missão histórica de vencer o antigo desafio do velho pregador,  deixará o púlpito com uma angústia menor

Assim, eu escrevi - jotaeme

José Miguel [jotaeme] na primavera de 2008

 

 

 

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